HES realiza com sucesso sua 1ª cirurgia de parkinson

O Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp) realizou com sucesso uma cirurgia inovadora e pouco invasiva, que devolveu qualidade de vida a […]

Autor: admin

O Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp) realizou com sucesso uma cirurgia inovadora e pouco invasiva, que devolveu qualidade de vida a um paciente de 68 anos, com doença de Parkinson. Denominada palidotomia, a cirurgia é indicada para pacientes que não obtiveram sucesso no controle da doença com o uso de medicamentos ou que tenham efeitos colaterais com as medicações. A cirurgia demorou cerca de duas horas e foi realizada com o paciente acordado que recebeu alta dois depois e se recupera em casa.

De acordo com o neurocirurgião responsável pelo procedimento, Bruno Scarpim, existem dois tipos de cirurgias: lesão de estrutura cerebral específica (palidotomia) e implante de eletrodos cerebrais profundos para estimulação. Em ambos os casos, é utilizado uma avançada técnica de microrregistro neuronal, que permite monitorar a atividade dos neurônios e identificar melhor o ponto alvo do procedimento cirúrgico, através de imagens 3D capturadas em tomografia.

“Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, com início geralmente, após os 50 anos de idade em que ocorre a degeneração e morte celular dos neurônios produtores de dopamina”, explica Scarpim. Trata-se de uma doença progressiva e incapacitante, que atinge 1 em cada 1.000 brasileiros e faz com quem o doente pratique movimentos involuntários desencadeados pelo cérebro. A dopamina é um importante neurotransmissor (substância química que realiza a comunicação entre os neurônios), associado aos mecanismos de recompensa do cérebro.

Segundo o neurocirurgião Paulo Lima que fez parte da equipe, a palidotomia é um tipo de cirurgia ablativa, em que se realiza uma pequena lesão na estrutura cerebral profunda (globo pálido Interno). Dados da literatura revelam que mais de 90% dos pacientes apresentam algum grau de melhora – como o do paciente operado no HES – dos sintomas motores com o procedimento com melhora expressiva nos movimentos involuntários anormais do corpo humano (discinesias) induzidas por medicação, na lentidão dos movimentos e dificuldade de iniciá-Ios (bradicinesia), na rigidez e no tremor. O serviço na rede privada custa em torno de R$ 40 mil.

Já o procedimento de implantação de eletrodos no cérebro do paciente – a próxima cirurgia que será realizada -, controlados por uma espécie de marca-passo, os neurocirurgiões implantam um marca-passo e eletrodos em uma das regiões mais profundas do cérebro. Os sintomas podem ser controlados a partir de estímulos elétricos de alta frequência. Em hospitais particulares essa cirurgia chega a custar R$ 200 mil.

“Um dos meus sonhos é voltar a estudar, andar sem medo de cair e comer sozinho. Agora vou reaprender a usar os movimentos”, disse o paciente após a cirurgia sem nenhum tremor na mão e perna esquerda. Exames de tomografia comprovaram a eficácia da cirurgia. O coordenador da neurocirurgia no HES-Unicamp, Helder Zambelli, diz que agora o hospital está apto a abrir no primeiro ambulatório de cirurgia de Parkinson do interior do estado de São Paulo, que poderá realizar quando estiver em pleno funcionamento, cerca de 10 cirurgia/mês.

Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner

Assista a reportagem no Jornal da EPTV

Matéria Veiculada – Correio Popular