O diretor superintendente do HES-Unicamp Maurício Wesley Perroud Junior coordenou na última quarta-feira (23-04), em Brasília, uma mesa de debates sobre O fortalecimento da farmacovigilância em hospitais, durante o 2º Simpósio Internacional de Farmacovigilância promovido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. A moderação da mesa teve a participação de representantes dos hospital AC Camargo Cancer Center e do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG).
O 2º Simpósio Internacional de
Farmacovigilância, reuniu servidores da Agência, membros da Câmara Técnica de
Farmacovigilância (CTFARM), do Programa Nacional de Imunizações (PNI), das
Vigilâncias Sanitárias, além de representantes da Academia, sociedades
científicas e demais interessados. Realizado no auditório da sede da Anvisa, em
Brasília (DF), o evento foi organizado pela Quinta Diretoria (Dire5), pela
Gerência-Geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária
(GGMON) e pela Gerência de Farmacovigilância (GFARM).
O objetivo do encontro, que ocorreu ao longo de
todo o dia, foi apresentar o cenário atual da farmacovigilância no Brasil,
discutir seus principais desafios e perspectivas, compartilhar experiências
internacionais, esclarecer o fluxo de notificação e análise de eventos
adversos, além de reforçar a importância da cooperação entre instituições para
o fortalecimento e aprimoramento contínuos do setor.
Na abertura, estiveram presentes
representantes da GFARM, da GGMON, do Ministério da Saúde (PNI) e da
Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS),
reforçando a relevância do tema e o compromisso conjunto com a segurança dos
pacientes e a qualificação das ações de vigilância sanitária no país. Em
seguida, o oficial técnico do uso seguro de medicamentos da Opas/OMS, Edgard
Robin Rojas Cortés, realizou uma palestra sobre a importância da
farmacovigilância no contexto da América Latina.
O evento trouxe ainda debates de grande
importância, como o gerenciamento de risco, a farmacovigilância ativa e a
notificação de eventos adversos, com a participação de membros da CTFARM.
Também foi abordado o uso de ferramentas de apoio para a notificação, tema
apresentado pela GFARM da Anvisa, com foco na experiência com o WhoDRUG
(classificação internacional de medicamentos criada pela OMS) e o MedDRA (sigla
do Medical Dictionary for Regulatory Activities, ou, em português, Dicionário
Médico para Atividades Regulatórias).
Para Mauricio Perroud Junior, que é membro
da CTFARM, a vantagem de estar “lá na ponta” é a possibilidade de ver, em tempo
real, a reação adversa e a face do paciente, podendo coletar informações
relevantes no dia a dia de trabalho. “Uma responsabilidade gigantesca no âmbito
da farmacovigilância e, muito antes da questão legal, uma questão ética –
porque isso é segurança do paciente”, destacou. Já o representante do AC
Camargo ressaltou que a caminhada do paciente oncológico é muito complexa, e
que uma farmacovigilância ativa auxilia não apenas na compreensão da jornada
desse paciente, mas também em traçar as estratégias necessárias para assegurar
o melhor tratamento para ele.
No que se refere à segurança vacinal,
houve uma discussão específica dedicada ao assunto, com a presença do
coordenador-geral de Farmacovigilância do PNI, Jadher Pércio. Para ele, o
combate à desinformação é um importante aliado da farmacovigilância — e a
desinformação em saúde é um problema global de saúde pública. O especialista acrescentou
que, no caso das vacinas, existe uma indústria antivacina que dissemina
desinformação de forma proposital, visando a monetização do conteúdo, ou seja,
sua utilização como fonte de lucro, entre outras finalidades.
Jadher Pércio destacou ainda que o
atual governo tem como foco a recuperação das coberturas vacinais no Brasil. “É
um processo complexo, que envolve diversos atores e ações”, completou.
O encontro reforçou a importância da colaboração entre Academia e profissionais, a perspectiva de fortalecimento da farmacovigilância no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), o papel das sociedades científicas e de cooperações técnicas internacionais, além de abrir espaço para perguntas e troca de experiências.
Caius Lucilius com assessoria Imprensa ANVISA