20 anos construindo uma trajetória de conquistas, emoções e superações

Inaugurado em 20 de setembro de 2000, o Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp) completou 20 anos de muitos avanços e conquistas, […]

Autor: Caius

Inaugurado em 20 de setembro de 2000, o Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp) completou 20 anos de muitos avanços e conquistas, especialmente, na gestão da qualidade e decorrente das certificações nacionais e internacionais. A data é propícia para destacar a importância do hospital, que ao longo dessas duas décadas realizou cerca de 1.160.000 consultas ambulatoriais, 343.000 atendimentos de urgência, 268.000 internações, 171.000 cirurgias e mais de 48.000 partos.

Para viabilizar essa duradoura parceria entre Governo do Estado de São Paulo e a Unicamp, a história relacionada ao HES-Unicamp precede a sua inauguração. Três anos antes, a Secretaria de Estado da Saúde havia formalizado com a Universidade, um convênio de gestão no Hospital Conceição Imaculada em função de uma intervenção feita pelo Estado. A gestão da Unicamp na intervenção se encerrou em 31 de dezembro de 2000 (Decreto nº 45.277).

Em 2000 durante o discurso de inauguração e já enfrentando um câncer, o governador Mário Covas fez questão de anunciar para todo o país, seu projeto piloto de contrato de gestão criado no Governo de São Paulo e que envolveu 14 hospitais através de Organizações Sociais de Saúde (OSS). Ele destacou que o HES-Unicamp era o primeiro no interior do Estado, a atuar dentro desse modelo, que foi baseado em um programa similar existente na região da Catalunha, na Espanha. Covas faleceu seis meses depois da inauguração.

Em 20 de setembro de 2000 tudo começou com a entrega de 10 leitos na Enfermaria de Clínica Médica, localizada no sétimo andar. O atual superintendente, Maurício Perroud, foi o primeiro plantonista – ainda residente – no dia da inauguração. Era dado o primeiro passo de uma longa caminhada lastreada por um contrato com metas de produção e de qualidade. A partir daí, a principal missão era colocar em funcionamento o hospital por etapas. A última foram as UTIs.

Para o então secretário de Estado da Saúde na época de abertura do HES-Unicamp, José da Silva Guedes, a entrega do hospital representou tranquilidade em vagas para serviços de saúde na região. “A disponibilização de serviços no HES, elevou já nos primeiros anos, o patamar de indicadores locais de saúde e proporcionou o reequilíbrio na assistência em vários hospitais públicos da região, inclusive no próprio HC da Unicamp”, disse.

O diretor-superintendente, professor Maurício Perroud, ressaltou que “traçar uma linha do tempo com recordações dessa trajetória, vale um livro que retrate a consagração de todos que por aqui passaram ou ainda mantém o compromisso com a história dessa instituição, como Lair Zambon, o primeiro diretor-superintendente”, aponta.

Atualmente cerca de 20% dos funcionários do hospital trabalham há mais de 10 anos e no corpo clínico, por exemplo, 20% dos médicos têm mais de 15 anos e 35% têm mais de 10 anos de atuação na instituição. “Pode parecer pouco, mas considerando que é um serviço público em que o contrato de trabalho é CLT, e ainda distante dos salários da iniciativa privada, esse é um indicador expressivo”, ressalta Perroud.

“Estamos muito felizes por comemorar 20 anos com todos esses indicadores e certificações. São apenas duas décadas de uma trajetória de muito sucesso, marcada pelo pioneirismo em qualidade e segurança do paciente, além de muitas atividades assistenciais inéditas realizadas nesse período”, diz Maria Isabel Higasi Narvion, diretora de Assistência e há 18 anos trabalhando no HES-Unicamp.

Desde a sua fundação, o HES-Unicamp priorizou por inovações através de certificações de qualidade, segurança e eficiência, semelhantes as da categoria ISO que conquistaram o mundo nos anos 90. A gestão do hospital optou por avaliar a certificação hospitalar da Organização Nacional de Acreditação (ONA) e no segundo ano de atividades, o hospital conquistava o certificado de Acreditação Nível 1.

A meta era familiarizar entre os colaboradores, o conceito de qualidade e, consequentemente, buscar novas acreditações. O plano foi colocado em prática e a certificação ONA Nível 2 veio em 2004. Dois anos depois, o HES-Unicamp era um dos primeiros hospitais públicos do país a obter a certificação máxima da ONA, a Nível 3. “Passo a passo atingimos o objetivo que permeou todo o hospital e chegamos em 2012 com a Accreditation Canada (ACI), algo inimaginável no SUS”, recorda Narvion.

Em 2012, apenas três hospitais públicos no Brasil possuíam este certificado internacional, todos na grande São Paulo e o Hospital Estadual Sumaré foi o primeiro do interior do país a conquistá-lo. Quatro anos adiante, o HES-Unicamp assegura a maior certificação de toda sua história: o nível Diamante da metodologia Qmentum do certificado da Accreditation Canada International (ACI). A chancela foi do Canadian Council on Health Services, uma das mais renomadas empresas de acreditação do mundo.

No ano de celebração dos 20 anos, surgiu o pior dos desafios em toda sua trajetória: a pandemia do coronavírus. Com um planejamento orçamentário e de metas fechado no ano de 2019, a direção do HES-Unicamp foi surpreendida em março, quando teve que colocar em prática o plano de contingência de enfrentamento ao novo coronavírus. A principal missão era abrir 24 leitos intensivos para COVID-19 e 34 leitos de enfermaria. Tudo ocorreu em menos de 10 horas em um final de semana, relata Perroud.

O impacto financeiro é que não estava programado, conta Claudia Silene gerente financeira do hospital. “Antes da pandemia, o orçamento planejado era suficiente para 2020. A abertura dos novos leitos significou a contratação de profissionais temporários, aumento do consumo de EPIS, medicamentos e os preços dos insumos hospitalares dispararam como as máscaras que passaram dos 5000 por cento”, destacou.

Mas o plano de enfrentamento deu certo e durante a pandemia, o hospital manteve todo o atendimento de urgência e emergência, clínico e cirúrgico, alcançando todas as metas contratadas para urgência. Outro fator importante é que não houve nenhum óbito de colaboradores por coronavírus. Na semana do aniversário do hospital, apenas seis pacientes com COVID-19 ainda estavam internados.

O diretor-superintendente ressalta que “o desafio que enfrentamos nesse ano revela o grau de maturidade do corpo funcional da instituição, valores que constituem o verdadeiro passo a passo consolidado ao longo desses anos com foco em qualidade e, especialmente, o respeito incondicional em salvar vidas”, concluiu Perroud que não esconde seu amor pela instituição e por toda sua equipe.

Caius Lucilius

Assista aqui a reportagem especial da EPTV/GLOBO sobre os 20 anos do HES-Unicamp

Veja aqui a reportagem especial no jornal O Liberal sobre os 20 anos do HES-Unicamp