HES elimina equipamentos com mercúrio

O Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp) acabou com o uso de instrumentos à base de mercúrio, como termômetros e aparelhos de […]

Autor: admin

O Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp) acabou com o uso de instrumentos à base de mercúrio, como termômetros e aparelhos de pressão arterial de coluna (esfigmomanômetros). Cerca de 650 aparelhos – 80 esfigmomanômetros e 575 termômetros – foram recolhidos e destinados para uma empresa especializada na coleta e destinação desse tipo de material, que é um metal pesado altamente tóxico. O hospital substituiu os aparelhos por alternativas mais seguras sob o ponto de vista ocupacional, sanitário e ambiental, sem prejuízo da qualidade e precisão nas medições.

A decisão, como diz o diretor-superintendente, Lair Zambon, foi tomada antes mesmo da publicação da Lei Estadual 15.313/2014, que estabelece um prazo de dois anos para substituição de todos os dispositivos contendo mercúrio e se aplica a todos os tipos de hospitais, serviços de saúde ou qualquer tipo de organizações, públicas ou privadas. “É uma singela, mas importante contribuição, para o programa da Organização Mundial da Saúde, que pretende acabar com a fabricação, importação e exportação de dispositivos médicos à base de mercúrio até 2020”, enfatizou Zambon.

O mercúrio é uma substância que ao ser descartada incorretamente pode ser transportada a longas distâncias, é persistente quando introduzido no meio ambiente (rios, solos, aterros etc), é bioacumulativo nos ecossistemas e causa diversos problemas à saúde quando aspirado ou ingerido, como intoxicação crônica. Nesse caso, o vapor do mercúrio cai na corrente sanguínea e se deposita nas células, afetando órgãos como pulmões, fígado e sistema nervoso, mesmo em quantidades pequenas.

Os esfigmomanômetros de coluna com mercúrio ainda são utilizados em larga escala nos estabelecimentos de saúde brasileiros. Um único esfigmomanômetro contém até 20.000 vezes mais mercúrio que uma lâmpada fluorescente e cem vezes mais mercúrio que um termômetro clínico. Estudos demonstram que a maioria dos hospitais brasileiros consome entre 10 e 20 termômetros clínicos de mercúrio por leito/ano.

A maior parte do mercúrio contido nesses aparelhos, que se quebram facilmente e com freqüência, acabará atingindo o meio ambiente e contaminando pessoas. Foram cerca de 40 quilos de resíduos de equipamentos e mercúrio desativados em todo hospital. “Em sintonia com nossos políticas de qualidade, a preocupação foi com a segurança dos usuários, dos colaboradores e com o meio ambiente”, diz Zambon.

Segundo Luciana Gullo, gerente de Apoio de Serviço, o projeto de mercúrio zero no hospital começou em 2011, com a troca gradual de termômetros com mercúrio por digitais. “Infelizmente, a grande maioria dos resíduos de mercúrio gerados pelos estabelecimentos de saúde brasileiros não recebe destinação adequada já que os custos com a destinação ambiental e legalmente aceita para esses resíduos são bastante significativos”, ressalta Gullo que integra o time de meio ambiente do hospital.

Saiba mais sobre a campanha mundial no site http://www.mercuryfreehealthcare.org/

Caius Lucilius