HES realiza com sucesso cirurgia em coluna para tratamento de espondiololistese

As equipes de coluna da Ortopedia e de Neurocirurgia do Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp) realizaram com sucesso, a primeira cirurgia […]

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As equipes de coluna da Ortopedia e de Neurocirurgia do Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp) realizaram com sucesso, a primeira cirurgia para tratamento da espondilolistese grau 5 (escorregamento vertebral). A paciente Waléria Barros Amaral, de 18 anos, sofria de dores intensas na região da coluna, dificultando inclusive, a locomoção e as atividades rotineiras como agachar, andar e estudar. Após avaliações pós-operatórias a equipe médica do HES conclui que a cirurgia de alta complexidade foi bem sucedida, pois a paciente está retomando suas atividades cotidianas e voltará a estudar em 2009. Na região, apenas do HC da Unicamp também realiza esse tipo de cirurgia pelo SUS.

A espondilolistese é uma doença ortopédica que significa o escorregamento de vértebra e acontece quando um ou mais dos elementos responsáveis pelo encaixe (estabilidade) entre as vértebras não estão funcionado corretamente. O problema afeta também o canal medular, que começa a ficar progressivamente mais estreito e com o grave risco de compressão da medula. No caso de Waléria Amaral, os médicos já haviam identificado algumas alterações neurológicas no membro inferior esquerdo em decorrência do problema.

De acordo com o médico especialista em coluna do HES e responsável pela cirurgia, Antonio Alexandre Ferreira, o tratamento tradicional apresenta 50% de falhas (pseudoartrose – não consolidação da artrodese). Neste caso, explica Ferreira, a técnica cirúrgica escolhida foi a de descompressão e artrodese posterior transvertebral transsacral com enxerto de fíbula (osso da perna) retirado da própria paciente. “Esta técnica permite uma maior chance de consolidação da artrodese, pois além da fixação posterior e tradicional com parafusos pediculares, existe uma área de sustentação anterior na vertebra L5 que é feita pelo enxerto do osso”, informa Antônio Ferreira.

A cirurgia situa o Hospital Estadual Sumaré entre os poucos no País e no mundo a realizarem com sucesso esse tipo de procedimento, geralmente feito em grandes centros de referência. A cirurgia levou mais de seis horas e foi realizada no HES-Unicamp em 18/07/2008 sem nenhuma intercorrência. A paciente recebeu alta andando normalmente quatro dias após a cirurgia. “Estou ansiosa para poder dançar pois desde os onze anos não me divirto dessa maneira”, comenta a paciente. Por precaução, os médicos ainda vão prorrogar um pouco mais o desejo de Waléria que poderá se concretizar no final do ano.

A espondilolistese é comum principalmente nas pessoas abaixo de 40 anos. Existem como causas menos comuns a má formação congênita, lesões destrutivas da coluna (câncer, infecção, etc ), trauma e pós cirurgia de coluna indevidamente realizada. Os tratamentos conservadores são medicações a base de anti-inflamatórios, relaxantes musculares e analgésicos; fisioterapias; RPG; hidroterapia; acupuntura; e reabilitação muscular (musculação, ginástica funcional etc).

Caius Lucilius