HES recebe Acreditação Internacional Canadense

O Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp), administrado pela Unicamp desde sua inauguração em 2000, poderia estar funcionando no Canadá, Estados Unidos […]

Autor: admin

O Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp), administrado pela Unicamp desde sua inauguração em 2000, poderia estar funcionando no Canadá, Estados Unidos ou em qualquer país da Europa, por conta da qualidade na atenção aos cuidados do paciente. A comparação é do superintendente Lair Zambon, para demonstrar o significado do certificado de Acreditação Internacional Canadense concedido pelo Canadian Council for Health Services Accreditation (CCHSA), em concorrida e festiva cerimônia na tarde da última sexta-feira. No Brasil, apenas três hospitais públicos possuíam este certificado, todos na Grande São Paulo, e o HES é o primeiro do interior do país a conquistá-lo. Mais de 250 pessoas compareceram ao evento.

A celebração da conquista ocorre exatos três meses após três dias de avaliações (26, 27 e 28/3) realizadas pela equipe de avaliadores do Instituto Qualisa de Gestão (IQG), liderada pela avaliadora Ana Flávia Felix e pelo médico James Robblee, chefe da Divisão de Anestesiologia e Cardiologia da Universidade de Ottawa, que recomendou ao CCHSA, a certificação internacional do HES-Unicamp. “Nem sempre o melhor médico pode cuidar sozinho de um paciente. Hoje a atenção tem de ser interdisciplinar e o HES reúne todas essas características”, afirmou o médico James Robblee, no encerramento da avaliação em março.

A Acreditação Canadense, válida por três anos, é focada em ações para integralidade do cuidado ao paciente, estabelecendo rotinas e protocolos mais rigorosos que garantem ao usuário medidas seguras a cada intervenção, desde a sua entrada até a alta hospitalar. Foram dois anos de adequações antes da criteriosa auditoria do comitê do CCHSA, que já fez o mesmo com mais de 50 hospitais no Canadá, Europa e Arábia Saudita, tornando-se referência para inúmeros países. Um pré-requisito que a unidade da Unicamp já havia cumprido é a obtenção do certificado da Organização Nacional de Acreditação (ONA) em nível máximo (3), conquistada em 2006.

Em seu discurso, Lair Zambon lembrou a situação calamitosa que encontrou em Sumaré há quinze anos, com toda a sorte de problemas no atendimento e internação de pacientes. “Foi muito estressante. As coisas foram se resolvendo devagar e hoje comemoramos um hospital estadual, gerido pela Unicamp, que cumpre padrões internacionais de qualidade e que pode, em tese, estar funcionando no Canadá, Estados Unidos ou na Itália, por exemplo. Eu teria que agradecer a muita gente, mas quero me referir principalmente aos funcionários, pois sem eles não chegaríamos aqui, jamais. A motivação com que levaram tantas realizações é algo que vou guardar para o resto da minha vida.”

Na opinião do reitor Fernando Costa, a Acreditação Canadense comprova a qualidade dos procedimentos do Hospital Estadual Sumaré, igualando-o aos melhores do mundo. “É um reconhecimento do esforço da Unicamp também na área de ensino, é um hospital aonde estudantes de medicina, enfermagem, fonoaudiologia e farmácia vêm se formar na pesquisa e na assistência completamente gratuita à população. Temos um exemplo de que hospital público pode ser bonito, limpo e agradável, capaz de prestar atendimento igual ao do melhor hospital privado.”

Em viagem pelo exterior, a cônsul-geral do Canadá, Abina Dann, enviou à cerimônia seu assessor comercial Marcio Francesquini, que acompanhou de perto o processo de acreditação do HES-Unicamp. “É um prazer ver este trabalho de integração entre Brasil e Canadá no setor da saúde dando frutos, transmitindo a importância da qualidade no sistema hospitalar canadense aos parceiros brasileiros. Sempre tivemos em mente chegar a um hospital com esse perfil no interior de São Paulo. Quero parabenizar a direção e todo o corpo técnico, sabendo que é apenas o começo dessa jornada em busca da qualidade.”

Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva, pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, integrou o grupo de trabalho designado pelo governador Mário Covas para elaborar um diagnóstico do então Hospital Imaculada Conceição, que estava sob intervenção. “A Unicamp carecia de um espaço para treinamento dos residentes. Aceitamos o desafio de assumir a administração, com o compromisso do governo de terminar a construção do hospital, que acabou se tornando referência para nós mesmos, pois encontramos aqui o melhor espaço para realizar as atividades acadêmicas.”

De acordo com Rubens Covelo, diretor do IQG, a acreditação canadense é um programa de melhoria contínua. “Durante a avaliação foram feitas algumas indicações de pequenos ajustes que poderiam ser melhorados, como a comunicação e a informação interna, que estão sendo ajustadas e foram extremamente elogiadas pelo comitê canadense”, ressaltou Covello. “Para os hospitais participantes do Programa Canadense de Acreditação a busca pelas boas práticas é um imperativo”, conclui a médica June Freire, coordenadora da Comissão da Qualidade responsável pelo processo de acreditação canadense no HES-Unicamp. June relembra que o foco da acreditação é ajudar a instituição a compreender o que está fazendo bem e as oportunidades que estão disponíveis para a melhoria.

Caius Lucilius com Luiz Sugimoto e Jéssica Kruckenfellner

Fotos – Antoninho Perri e Jéssica Kruckenfellner