O Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp) será a primeira unidade pública do interior do Estado a tratar 98% de todo efluente orgânico através de uma estação própria de tratamento de esgoto (ETE). A entrega da estação aconteceu na tarde desta quarta-feira (11) e contou com a presença do reitor da Unicamp, Tadeu Jorge. “Com esta inauguração, temos a oportunidade de pensar em melhores alternativas para as futuras gerações”, disse Tadeu Jorge. O investimento foi de R$ 550 mil e a água tratada pode ser utilizada para vários fins.
“Parabenizamos a obra realizada pelo HES, que garante o aumento do nosso nível de tratamento de esgoto”, disse Walmir Ferreira da Silva, presidente do DAE de Sumaré. Para Lair Zambon, diretor-superintendente do HES, “a obra significa que não é fácil entrar nos padrões do 1º Mundo em que o capital humano comprometido é o diferencial para essas conquistas”.
Com uma capacidade para tratar até 432 mil litros de esgoto por dia, o hospital eliminará os sistemas de fossas sépticas que recebem atualmente 240 mil litros de esgoto/dia. Diariamente, circulam pelo HES-Unicamp cerca de 2000 mil pessoas, entre funcionários, pacientes e familiares, prestadores de serviços e usuários dos serviços do hospital.
“Mesmo que a água tratada pela ETE volte para a rede pública de esgoto, não causará impactos ao meio ambiente”, explica o gerente de engenharia do HES, Ricardo Duft. Segundo Duft a estação de tratamento do HES executará automaticamente os processos de oxidação química, aeração, coagulação, floculação, decantação e filtração. Em Sumaré, o rio Quilombo é o principal destino de todo esgoto do município que desagua no rio Piracicaba.
A construção da ETE do HES terá tratamento preliminar para a retenção de sólidos grosseiros e materiais flutuantes. Primeiro uma peneira irá reter substâncias grosseiras em suspensão como papéis, tecidos, materiais plásticos, etc. Em seguida; uma caixa de areia terá a função de reter materiais particulados e outros detritos inertes e pesados que se encontram nos efluentes, protegendo as bombas e a canalização. Por fim ocorrerão o tratamento biológico e a desinfecção no efluente final tratado.
Estes processos, diz duft, eliminam metais, cor, odor, coliformes, matéria orgânica, sólidos suspensos, sólidos dissolvidos, microorganismos patogênicos e outras substâncias que possam comprometer a qualidade do tratamento. A finalidade da ETE é garantir os padrões de emissão de efluentes em corpos receptores possibilitando inclusive, o reuso em jardins, por exemplo.
O gerente geral do HES, Wagner Lourenço, explica que a escolha por essa concepção de tratamento baseou-se nas seguintes vantagens: pequena área para implantação, custo inferior aos sistemas convencionais, elevada eficiência na remoção de DBO e sólidos em suspensão, lodo mineralizado que dispensa a digestão anaeróbica, fácil operação e manutenção e dispensa decantação primária. “É com esta perspectiva que buscamos contribuir com a saúde da população da região”, finaliza o diretor-superintendente do HES-Unicamp, professor Lair Zambon.
Segundo o Escritório Regional da Cetesb em Americana, responsável por fiscalizar cinco municípios (Americana, Hortolândia, Nova Odessa, Santa Bárbara d´Oeste e Sumaré), Americana é a cidade com maior índice de tratamento de esgoto (87%) com uma coleta que chega a 95%. Hortolândia coleta e trata 58%; Nova Odessa coletava 95% e tratava 7%, mas iniciou neste ano a operação de uma nova ETE para tratar 100%; Santa Bárbara d´Oeste coleta 97% e trata 54% do coletado e Sumaré: coleta 88% e trata 13%.
Caius Lucilius com Caroline Roque
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