A palestrante e pesquisadora Marta Fernandez, formada em Ciência da Computação e mestre na cardiologia pela Unicamp, realizou no dia 24 de setembro, a palestra sobre Inteligência artificial (IA) na medicina: Uma jornada coletiva para a inovação médica. O objetivo da palestra foi apresentar para os colaboradores do hospital, alguns conceitos inovadores do tema com exemplos das formas possíveis de aplicação das técnicas de IA no cenário de um hospital ou mesmo as habilidades que costumavam ser exclusividade dos seres humanos.
Marta Fernandez tentou evitar ser
técnica e apresentou alguns exemplos práticos na área hospitalar com o emprego
de soluções de IA,para ajudar na gestão de custos, na acessibilidade de dados
qualificados, na tomada de decisão com precisão de resultados e o diferencial
de lidar com inúmeras variáveis de dados muito além de uma planilha de excell.
“IA não é mágica e sim pura matemática com seus algoritmos através de dados
qualificados sejam eles voz, vídeos, imagens e dados”, ressaltou.
Entre os exemplos da área médica, está o da Rede D’Or,
que adotou uma solução baseada na inteligência artificialque prevê as chances
de o paciente não comparecer a uma consulta, exame ou procedimento. Na Rede
D’Or, em torno de 30% a 35% dos pacientes faltam. A estimativa é que o auxilio
da IA permita economizar anualmente cerca de R$ 1,4 bilhão quando o sistema
estiver operando em todos os 73 hospitais da rede. A previsão é de que essa
integração ocorra até o fim deste ano.
Ela esclareceu que IA tem alta
dependência da qualidade dos dados disponibilizados para poder predizer,
classificar e padronizar. “Hoje já convivemos com IA dia a dia em nossa rotina
dentro e fora do ambiente profissional como utilizando streamings, GPS, redes
sociais entre outros. Portanto, a IA não te deixa sozinho ela sempre vai
apresentar uma resposta cada vez mais apurada como já ocorre nos sites
generativos dominados por três países: China, França e EUA que investem bilhões
de dólares nesse segmento sendo o mais conhecido o site GPT”, detalhou
Fernandes. O setor ainda exige investimentos muito altos.
Marta
Fernandez, que atuou como gerente de inovação e área de negócios em várias
empresas no Brasil e no exterior na Holanda, na Alemanha e na Inglaterra, quer
apresentar aos participantes, as diferenças conceituais de IA Discriminativa
(IAD) e a IA Generativa (IAG), cujo exemplo mais famoso é o ChatGPT. Voltou ao
Brasil para atuar em grandes empresas de desenvolvimento de sistemas
computacionais.
“O que está
acontecendo no Brasil e no exterior é que a Inteligência Artificial (IA) tem
demonstrado grande eficácia na aplicação dos algoritmos na medicina. Diversos
estudos científicos têm demonstrado essa eficácia em diferentes especialidades
médicas, em especial, na área de exames de imagens”, diz Fernandez que ganhou
neste ano, um prêmio de projeto inovador com um sistema para identificação
precoce de Erros Inatos da Imunidade utilizando Inteligência Artificial.
Segundo Marta
Fernandez a viabilidade do uso de IA já é amplamente reconhecida com diversas
iniciativas existentes no Brasil (HC Unicamp, INCOR, Hospital Moinhos de
Ventos, DASA, SAS Brasil, etc) e no exterior (Hospital Antonhy Hopkins, NHS no
Reino Unido, Cleveland Clinic Abu Dhabi, MayoClinic, etc).
Atualmente, Marta está iniciando o doutorado sob a orientação do professor Andrei Spósito da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, e a pesquisa envolve aplicação de técnicas de Inteligência Artificial na área de Cardiologia. Ela também atuou no projeto Orienta Covid, em que 14 universidades lideradas pela Unicamp implementaram o serviço de teleorientação, em marco de 2020, para oferecer orientações para outras instituições e para população em geral.
Caius Lucilius