Morreu Flávio de Sá, integrante da diretoria até 2013

O professor Flávio de Sá, docente da Disciplina de Ética e Bioética do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de […]

Autor: Caius

O professor Flávio de Sá, docente da Disciplina de Ética e Bioética do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), faleceu nesta quinta-feira (25/8), após uma luta contra um câncer. Flavinho, como era carinhosamente chamado por amigos, também atuou na diretoria do Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp), dividido entre a assistência e a administração, em que se dedicou por 13 anos, desde a fundação do hospital.

“Quando iniciei o trabalho no HES não sabia que permaneceria por tanto tempo. O HES renovou minha fé no SUS e renovou a fé das pessoas em relação ao acesso a serviços de saúde com qualidade comparável a qualquer serviço privado. Tudo isso não seria possível sem uma administração dedicada, honesta e competente, do qual tive orgulho em participar”, disse Flávio de Sá no dia de sua despedida do HES, em agosto de 2013.

Após esse período no HES, o professor Flávio de Sá embarcou para uma nova empreitada como professor visitante (fellow) em uma das mais consagradas universidades do mundo, a Cornell University, em Nova Iorque. Lá permaneceu um ano no Weill Cornell Medical College, ministrando aulas sobre bioética e ética médica para alunos de medicina do 2º e 4º anos. Aliás, Flavinho tinha um cuidado especial com esse tema, no qual se dedicou em sua carreira, e nos últimos anos, havia estruturado a disciplina de Ética do Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS) da Unicamp.

Para o superintendente do HES, Maurício Perroud, Flavinho reunia uma capacidade singular de enfrentar desafios desde a abertura dos serviços até a estruturação das atividades de ensino e pesquisa no hospital. “Perdemos hoje um mestre, um médico exemplar na sua essência e dedicado em busca de soluções. Pioneiro na discussão da bioética, com ele aprendemos que há tempo de silêncio e de falar, de esperar e de agir, mas todo momento é tempo de cuidar e de ensinar”, destacou Perroud.

Foi com Lair Zambon, responsável por colocar em funcionamento o HES no qual esteve à frente por 15 anos, que Flávio de Sá mostrou seu espírito conciliador e sua bem-sucedida trajetória na gestão. “A história do HES e do Flávio se entrelaçam, pois sempre esteve presente nas discussões dos grandes projetos do hospital, com sua inteligência, equilíbrio e ética que eram pilares da sua personalidade. Pessoalmente perdi um grande amigo”, recorda Zambon.

A pediatra Dulce Zanardi, responsável pela implantação da UTI Neonatal no HES, rememora o foco de Flavinho em assuntos relevantes. “Ele sempre estava com a mente ocupada considerando a profundidade dos fatos. Detestava ficar apenas na superficialidade da vida e sempre foi um grande conselheiro”.

Já a enfermeira Claudete Nogueira, a primeira gerente de enfermagem do HES, lembra que o professor Flávio de Sá tinha uma presença marcante por onde passava e participava ativamente de todas as fases de abertura do hospital. “Um médico que muito nos ensinou, sempre disponível e comprometido com a construção ética da saúde e dos profissionais”, diz. Sempre lembro dele e dos Beatles, do qual era admirador. “Sua alegria e sua dedicação à medicina vão fazer muita falta”.

A comunidade do HES se solidariza com os familiares e amigos, e reforça os inúmeros motivos de orgulho pelo trabalho que Flávio de Sá não hesitou em empreender para que o Hospital Estadual Sumaré alcançasse os padrões de qualidade nacional e internacional conquistados.

Caius Lucilius

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