Secretário-executivo do Ministério da Saúde entrega título de Hospital Amigo da Criança para o HES

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Gastão Wagner de Souza Campos e o vice-reitor da Unicamp, Tadeu Jorge, entregaram nesta […]

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O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Gastão Wagner de Souza Campos e o vice-reitor da Unicamp, Tadeu Jorge, entregaram nesta sexta-feira (24/10), o título de Hospital Amigo da Criança número 300 ao Hospital Estadual Sumaré. A cerimônia do certificado no HES-Unicamp contou com a presença de representantes do Unicef, Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde.

O título de Hospital Amigo da Criança preconiza principalmente, a promoção, a proteção e o apoio ao aleitamento materno, além de uma série de ações voltadas aos bebês desde o pré-natal, a assistência ao parto até o acompanhamento da criança em seu primeiro ano de vida. O HES é o 26º hospital no Estado de São Paulo a receber o título do Ministério da Saúde e do Unicef.

O título de Hospital Amigo da Criança número 300 foi entregue ao hospital com a participação ainda do pró-reitor de desenvolvimento universitário, Paulo Eduardo Rodrigues, da diretora da FCM, Lillian Costalat e do diretor da DIR XII, Sérgio Grego além de outros convidados e funcionários do hospital.

Durante a cerimônia, o secretário-executivo destacou que o HES é um hospital modelo para o Ministério da Saúde e um exemplo a ser seguido por outros hospitais que integram o Sistema Único de Saúde. “O HES e todo o complexo da Unicamp são uma exceção nesse cenário”, disse Gastão.

Para o vice-reitor, mais importante que o prêmio é o que está por trás do título. “Uma unidade que contribui para o avanço do conhecimento, gestão equilibrada e formação de profissionais de alto nível”, comentou Tadeu Jorge que acrescentou “A Unicamp se orgulha muito desse hospital”.

Para o diretor-superintendente, Lair Zambon, ao contrário do que todos imaginam o título de Hospital Amigo da Criança não é mérito de altas tecnologias voltadas ao recém-nascido. “Os elementos essenciais para esse prêmio residem dentro do próprio hospital com funcionários com qualificação que valorizam a relação com os usuários criando vínculos”, ressaltou Lair Zambon.

O programa do MS e do Unicef preconiza principalmente a promoção, proteção e o apoio ao aleitamento materno, além de uma série de ações voltadas aos bebês desde o pré-natal, a assistência ao parto até o acompanhamento da criança em seu primeiro ano de vida.

A “Iniciativa Hospital Amigo da Criança”- IHAC com ações em todo mundo é viabilizada pelo Unicef, Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde. Entre as primeiras ações dentro da IHAC está a amamentação do bebê após cortar o cordão umbilical, estimulando a troca de calor entre mãe e filho.

Também prevê a redução dos custos com internação, medicamentos, material de consumo hospitalar e pessoal, aumento do espaço físico com a eliminação dos berçários etc também fazem parte do programa. Os hospitais credenciados recebem um acréscimo de 10% nos valores pagos pelo SUS relativos aos procedimentos obstétricos realizados. O HES vinha trabalhando pelo credenciamento desde 2001. Segundo o UNICEF, cerca o aleitamento materno pode evitar cerca de 1,5 milhão de morte no mundo.

O credenciamento como Hospital Amigo da Criança se dá quando a unidade de saúde mobiliza seus profissionais e muda a concepção de tratamento à mãe e ao bebê. A partir daí, a rotina de trabalho gira em torno da promoção do aleitamento materno e da conseqüente redução da mortalidade infantil. Nos Hospitais Amigo da Criança também é estimulada a coleta de leite humano para doações.

A Iniciativa Hospital Amigo da Criança foi idealizada para promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. O objetivo é mobilizar os funcionários dos estabelecimentos de saúde para que mudem condutas e rotinas responsáveis pelos elevados índices de desmame precoce. Para isso, foram estabelecidos os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno. Estudos mundiais comprovam que estabelecimento de um vínculo forte após o parto reflete muito na saúde do bebê.

Segundo Gastão de Souza Campos, que é professor titular da FCM, uma pesquisa em fase de conclusão, desenvolvida em conjunto com o Ministério da Saúde e o Banco Mundial, sobre gestão e atuação de hospitais brasileiros ligados ao SUS, revela que do grupo de hospitais avaliados 80 % não trabalham com planejamento financeiro e assistencial ao contrário do HES.

Ao assinar, em 1990, a Declaração de Innocenti, num encontro em Spedale degli Innocenti, Itália, o Brasil, um dos 12 países escolhidos para dar partida à IHAC, formalizou o compromisso de fazer dos Dez Passos uma realidade nos hospitais do País. Em março de 1992, o Ministério da Saúde e o Grupo de Defesa da Saúde da Criança, com apoio do UNICEF e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), deram os primeiros passos. A IHAC soma-se aos esforços do Programa de Saúde da Criança, coordenado pelo Ministério da Saúde, para:

-Informar profissionais de saúde e o público em geral;

– Trabalhar pela adoção de leis que protejam o trabalho da mulher que está amamentando;

– Apoiar rotinas de serviços que promovam o aleitamento materno;

– Combater a livre propaganda de leites artificiais para bebês, bem como bicos, chupetas e mamadeiras.

DEZ PASSOS

  1. Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, que deveria ser rotineiramente transmitida a toda a equipe de cuidados de saúde;
  2. Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para implementar esta norma;
  3. Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento;
  4. Ajudar às mães a iniciar a amamentação na primeira meia hora após o parto;
  5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos;
  6. Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que seja indicado pelo médico;
  7. Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por dia;
  8. Encorajar o aleitamento sob livre demanda;
  9. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio;
  10. Encorajar a formação de grupos de apoio à amamentação para onde as mães devem ser encaminhadas, logo após a alta do hospital ou ambulatório.

Caius Lucilius