Tecnologia de neuronavegação é usada com sucesso em neurocirurgia

Uma equipe de neurocirurgiões do Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp), administrado pela Unicamp e vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, […]

Autor: admin

Uma equipe de neurocirurgiões do Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp), administrado pela Unicamp e vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, fez com sucesso uma neurocirurgia para realização de uma biópsia guiada em um tumor do tronco cerebral, utilizando um equipamento de neuronavegação. A tecnologia de última geração, que só é usada em centros de referência da rede privada e na USP, permite à equipe de cirurgiões, localizar e atuar em áreas profundas do cérebro com menor risco de lesões ao paciente. A cirurgia no HES levou cinco horas e a paciente, uma mulher de 52 anos, moradora de Santa Bárbara d’Oeste passa bem e deverá receber alta esta semana.

De acordo com o neurocirurgião especialista em tumores, Marcos Vinícius Calfat Maldaun, o sofisticado equipamento utilizado no procedimento oferece aos médicos uma precisão milimétrica do alvo intracraniano, evitando dessa forma, lesões graves ao paciente, já que atua em tumores próximos a áreas nobres como o tálamo e o tronco cerebral. “A tecnologia do neuronavegador é fundamental para o tratamento de tumores em áreas nobres do cérebro, pois possibilita ainda uma menor incisão e menor craniotomia, menos complicações intra-operatórias e pós-operatórias, recuperação pós-cirúrgica mais rápida e recurso adicional para retirada total do tumor” informa o neurocirurgião do HES.

Segundo Fábio Branco, o representante da empresa norte-americana Meditronic no Brasil – a pioneira no desenvolvimento deste tipo de equipamento no mundo – o neuronavegador iNAV Medtronic, que foi usado no HES, oferece ao cirurgião várias opções tridimensionais de visualização, usando como referência uma imagem de Ressonância Magnética ou Tomografia Computadorizada. Os instrumentais utilizados pelo cirurgião no procedimento são projetados em tempo real sobre os modelos tridimensionais de maneira a auxiliá-lo no planejamento pré-operatório e sua localização durante toda cirurgia.

Para o diretor-superintendente do HES, Lair Zambon, esse tipo de cirurgia de alta complexidade é um importante avanço para qualificação dos serviços prestados pelo SUS. “Mesmo não havendo uma cobertura específica desse tipo de cirurgia estaremos avaliando o procedimento pode entrar na rotina do hospital”, diz Lair Zambon que acrescenta “É um valioso instrumento para escolher o acesso cirúrgico mais preciso e menos traumático, bem como definir a cada momento da cirurgia, com exatidão, os limites do processo que está sendo abordado”.

No entender do diretor clínico do HES e integrante da equipe, Helder Zambelli, o equipamento demonstrou que nas cirurgias que abrangem as “áreas cerebrais eloqüentes” (responsáveis pela fala, visão e movimentação dos membros), o neuronavegador proporciona “o máximo de segurança para o paciente”, evitando a ocorrência de qualquer tipo de lesão não planejada. Segundo Zambelli o equipamento tem capacidade de instrumentar o planejamento cirúrgico antecipado e de utilização posterior para o planejamento de radioterapia.

Integraram a equipe da primeira neurocirurgia com equipamento de neuronavegação os neurociruirgiões Marcos Vinícius Calfat Maldaun, Mateus Dal Fabro e Helder Lessa Zambelli e os anestesistas Elzineyde Zaidan e Monique Rousselet. A ressonância magnética que proporcionou o mapeamento para o neuronavegador foi realizada gratuitamente pela Clínica Campinas EcoCenter, sob responsabilidade do médico radiogista Rogério Meloti. Esse tipo de cirurgia custa em média R$ 50 mil em um hospital particular.

Caius Lucilius